domingo, 9 de janeiro de 2011

CONFISSÃO DE FÉ BATISTA DE 1689 (parte 01)

Bookmark and Share Bookmark and Share

"Desde que nasci" eu sou membro de uma igreja batista "arminiana", então quando quando conheci o monergismo me senti bastante desconfortável..


Foram meses até eu realmente admitir o monergismo, e em seguida isso culminou na minha desconfiança em relação à própria Igreja Batista, o que me fez pesquisar mais a respeito..

Não lembro em que ano foi que eu fiz essa leitura (deve fazer uns 2 ou 3 anos), mas ao ler a Confissão de Fé Batista de 1689, eu percebi que os batistas pregavam o monergismo, e então me senti melhor para continuar nessa igreja..

A partir dessa postagem vou aos poucos publicar essa confissão, e aí cabe ao (à) leitor(a) (conhecedor da doutrina batista) comparar o que vê hoje com o que era pregado no passado.. ;)


CONFISSÃO DE FÉ BATISTA DE 1689

Tradução: Júlio Filho
Revisão: Walter Andrade Campelo

Adotada pelos Ministros e Mensageiros da Assembléia Geral reunida em Londres de 03 a 11 de julho de 1689

Prólogo por Charles H. Spurgeon

Este antigo documento é o mais excelente resumo escrito das coisas mais seguramente cridas entre nós. Não é publicado como regra impositiva ou código de fé, por meio do qual vós possais ser algemados, mas como um meio de edificação em justiça. É uma excelente, ainda que não inspirada, expressão dos ensinos das Sagradas Escrituras por meio das quais todas as confissões devem ser medidas. Nós através dela sustentamos as humilhantes verdades da soberana graça de Deus no processo de salvação dos pecadores perdidos. A salvação é somente através de Cristo e somente por fé.

CAPÍTULO 1
AS SAGRADAS ESCRITURAS


1. A Sagrada Escritura é a única regra suficiente, certa e infalível de conhecimento para a salvação, de fé e de obediência. A luz da natureza, e as obras da criação e da providência, manifestam a bondade, a sabedoria e o poder de Deus, de tal modo que os homens ficam inescusáveis; contudo não são suficientes para dar conhecimento de Deus e de sua vontade que é necessário para a salvação.
Por isso, em diversos tempos e por diferentes modos, o Senhor foi servido revelar-se a si mesmo e declarar sua vontade à sua igreja. E para a melhor preservação e propagação da verdade, e o mais seguro estabelecimento e conforto da Igreja, contra a corrupção da carne e a malícia de Satanás e do mundo, foi igualmente servido fazer escrever por completo todo esse conhecimento de Deus e revelação de sua vontade necessários à salvação; o que torna a Escritura indispensável, tendo cessado aqueles antigos modos em que Deus revelava sua vontade a seu povo.

II Timóteo 3:15-17; Isaías 8:20; Lucas 16:29,31; Efésios 2:20.
Romanos 1:19-21; Romanos 2:14,15; Salmo 19:1-3.
Hebreus 1:1.
Provérbios 22:19-21; Romanos 15:4; II Pedro 1:19-20.

2. Sob o nome de Sagradas Escrituras ou Palavra de Deus escrita, incluem-se agora todos os livros do Velho Testamento e Novo Testamento, que são os seguintes:


O VELHO TESTAMENTO

Gênesis
1Reis
Eclesiastes
Obadias
Êxodo
2Reis
Cantares
Jonas
Levítico
1Crônicas
Isaías
Miquéias
Números
2Crônicas
Jeremias
Naum
Deuteronômio
Esdras
Lamentações
Habacuque
Josué
Neemias
Ezequiel
Sofonias
Juizes
Ester
Daniel
Ageu
Rute
Oséias
Zacarias
1Samuel
Salmos
Joel
Malaquias
2Samuel
Provérbios
Amós



O NOVO TESTAMENTO

Mateus
Efésios
Hebreus

Marcos
Filipenses
Tiago

Lucas
Colossenses
1Pedro

João
1Tessalonissenses
2Pedro

Atos
2Tessalonissenses
1João

Romanos
1Timóteo
2João

1Coríntios
2Timóteo
3João

2Coríntios
Tito
Judas

Gálatas
Filemom
Apocalipse

Todos os quais foram dados por inspiração de Deus, para serem a regra de fé e vida prática.
II Timóteo 3:16.

3. Os livros comumente chamados Apócrifos, não sendo de inspiração divina, não fazem parte do cânon ou compêndio das Escrituras. Portanto, nenhuma autoridade têm para a Igreja de Deus, e nem podem ser de modo algum aprovados ou utilizados, senão como quaisquer outros escritos humanos.
Lucas 24:27,44; Romanos 3:2.

4. A autoridade da Sagrada Escritura, razão pela qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de qualquer homem ou igreja, mas provém inteiramente de Deus, sendo Ele mesmo a verdade e o seu autor. A Escritura, portanto, tem que ser recebida, por ser a Palavra de Deus.
II Pedro 1:19-21; II Timóteo 3:16; II Tessalonicenses 2:13; I João 5:9.

5. Pelo testemunho da Igreja de Deus podemos ser movidos e persuadidos a ter em alto e reverente apreço as Sagradas Escrituras. A santidade do assunto, a eficácia da doutrina, a majestade do estilo, a harmonia de todas as partes, o propósito do todo (que é dar toda glória a Deus), a plena revelação que faz do único meio de salvação para o homem, e muitas outras excelências incomparáveis e perfeição completa, são argumentos pelos quais abundantemente se evidencia serem elas a Palavra de Deus. Contudo, a nossa plena persuasão e certeza quanto à sua verdade infalível e divina autoridade provém da operação interna do Espírito Santo, que pela Palavra e com a Palavra testifica aos nossos corações.
João 16:13-14; I Coríntios 2:10-12; I João 2:20,27.

6. Todo o conselho de Deus, concernente a todas as coisas necessárias para a sua própria glória, para a salvação do homem, a fé e a vida, está expressamente declarado ou necessariamente contido na Sagrada Escritura. A ela nada em tempo algum se acrescentará, quer por nova revelação do Espírito, quer por tradições de homens. Entretanto, reconhecemos ser necessária a iluminação interior, da parte do Espírito de Deus, para a compreensão salvadora daquilo que é revelado na Palavra.Reconhecemos que há algumas circunstâncias, concernentes à adoração a Deus e ao governo da igreja, que são peculiares às sociedades e costumes humanos, e que devem ser ordenadas pela luz da natureza e pela prudência cristã, segundo as normas gerais da Palavra que sempre devem ser observadas.
II Timóteo 3:15-17; Gálatas 1:8-9.
João 6:45; I Coríntios 2:9-12.
I Coríntios 11:13-14; I Coríntios 14:26,40.

7. Na Escritura não são todas as coisas igualmente claras, nem igualmente evidentes para todos. Mesmo assim, as coisas que precisam ser conhecidas, cridas e obedecidas para a salvação estão claramente propostas e explicadas em uma passagem ou outra; e, pelo devido uso de meios comuns, não apenas os eruditos, mas também os indoutos, podem obter uma compreensão suficiente de tais coisas.
II Pedro 3:16.
Salmo 19:7; Salmo 119:130.

8. O Antigo Testamento em hebraico (que era a língua vernácula do povo de Deus na Antigüidade), e o Novo Testamento em grego (que em sua época era a língua mais conhecida entre as nações), tendo sido diretamente inspirados por Deus e, pelo seu singular cuidado e providência, conservados puros no correr dos séculos, são, portanto, autênticos, de maneira que, em toda controvérsia de natureza religiosa, a Igreja deve apelar para eles como palavra final. Mas visto que essas línguas originais não são conhecidas de todo o povo de Deus – Que tem direito e interesse nas Escrituras, e que é ordenado a ler e examinar as Escrituras no temor de Deus – os Testamentos devem ser traduzidos para a língua de cada nação, a fim de que, permanecendo a Palavra no povo de Deus, abundantemente, todos adorem a Deus e maneira aceitável, e pela paciência e consolação das Escrituras possam ter esperança.
Romanos 3:2.
Isaías 8:20.
Atos 15:15.
João 5:39.
I Coríntios 14:6,9,11-12,24,28.
Colossenses 3:16.

9. A regra infalível de interpretação das Escrituras é a própria Escritura. Portanto, sempre que houver dúvida quanto ao verdadeiro e pleno sentido de qualquer passagem (sentido este que não é múltiplo, mas um único), essa passagem deve ser examinada em confrontação com outras passagens, que falem mais claramente.
II Pedro 1:20-21; Atos 15:15-16

10. O juiz supremo, pelo qual todas as controvérsias religiosas devem ser resolvidas e todos os decretos e concílios, todas as opiniões de escritores antigos e doutrinas de homens devem ser examinadas, e os espíritos provados, não pode ser outro senão a Sagrada Escritura entregue pelo Espírito Santo. Nossa fé recorrerá à Escritura para a decisão final.
Mateus 22:29,31-32; Efésios 2:20; Atos 28:23.