quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

CONFISSÃO DE FÉ BATISTA DE 1689 (parte 08)

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CAPÍTULO 14
FÉ SALVADORA


1. A graça de fé é uma obra do Espírito de Cristo nos corações, e por ela os eleitos são habilitados a crer para a salvação de suas almas. Normalmente essa obra é lavrada pelo ministério da Palavra de Deus. E com a Palavra, a administração do Batismo, a Ceia do Senhor, a oração, e outros meios designados por Deus, a fé é aumentada e fortalecida.
II Coríntios 4:13; Efésios 2:8.
Romanos 10:14,17.
Lucas 17:5; I Pedro 2:2; Atos 20:32.

2. Por esta fé o cristão crê ser verdadeiro tudo quanto é revelado na Palavra, a qual se reveste da autoridade do próprio Deus. E também reconhece a sobreexcelência da Palavra, acima de todos os escritos e todas as demais coisas neste mundo – por ela demonstrar a glória de Deus nos atributos de Deus; a excelência de Cristo na natureza e nos ofícios de Cristo; o poder e a plenitude do Espírito Santo nas obras e operações do Espírito. Reconhecendo tudo isso, o cristão é capacitado a confiar sua alma irrestritamente à verdade assim crida; e a reagir coerentemente, segundo a índole de cada passagem em particular: prestando obediência aos mandamentos; tremendo ante as ameaças; e abraçando as promessas de Deus para esta vida e a que há de ser.
Mas os atos mais importantes da fé salvadora relacionam-se diretamente a Cristo: aceitar a Cristo, recebê-lo, e confiar exclusivamente nEle para a justificação, a santificação e a vida eterna, conforme as disposições do pacto da graça.
Atos 24:14.
Salmo 19:7-10; Salmo 119:72.
II Timóteo 1:12.
João 15:14.
Isaías 66:2.
Hebreus 11:13.
João 1:12; Atos 16:31; Gálatas 2:20; Atos 15:11.

3. Esta fé pode ter graduações diferentes, ser mais forte ou mais fraca. No entanto, assim como as demais graças salvadoras, e mesmo se for pequeníssima, ela é de um tipo e de uma natureza diferentes daquela fé e da graça comum que os seguidores professos possuem. Por isso, mesmo que seja muitas vezes atacada e enfraquecida, a fé salvadora sempre alcança a vitória. Ela existe em muitas pessoas, crescendo para a plena certeza da esperança, mediante Cristo, que é o autor e também o consumador da nossa fé.
Hebreus 5:13-14; Mateus 6:30; Romanos 4:19-20.
II Pedro 1:1.
Efésios 6:16; I João 5:4-5.
Hebreus 6:11-12; Colossenses 2:2.
Hebreus 12:2.

CAPÍTULO 15
ARREPENDIMENTO PARA VIDA E SALVAÇÃO


1. Há entre os eleitos aqueles cuja conversão não se dá senão após certa idade, depois de eles terem vivido algum tempo em seu estado natural e servido a vários prazeres e concupiscências. Mas Deus, ao chamá-lo eficazmente, concede-lhes o arrependimento para vida.
Tito 3:2-5.

2. Não há quem faça o bem e que não peque; sob a força da tentação, mesmo as melhores pessoas podem cair em grandes pecados e provocações contra Deus, pois existe no interior do homem um poder enganoso de corrupção. Foi por isso que Deus, no pacto da graça, providenciou misericordiosamente para que os crentes, caindo em pecado, sejam restaurados mediante o arrependimento para a salvação.
Eclesiastes 7:20.
Lucas 22:31-32.

3. Este arrependimento salvador é uma graça evangélica, por intermédio da qual a pessoa, por obra do Espírito Santo, é levada a sentir os múltiplos males do seu pecado, e, com fé em Cristo, humilha-se por causa do pecado, com uma tristeza santa, ódio ao pecado e repugnância a si mesma, orando por perdão e fortalecimento na graça, com o propósito e o empenho de caminhar diante de Deus de um modo agradável em todas as coisas, com o auxílio do Espírito Santo.
Zacarias 12:10; Atos 11:18.
Ezequiel 36:31; II Coríntios 7:11.
Salmo 119:6,128.

4. Por trazermos conosco "o corpo desta morte", e as suas inclinações para o mal, o arrependimento deve continuar por toda a vida. Cada pessoa tem o dever de arrepender-se particularmente, de cada pecado seu de que tenha conhecimento.
Lucas 19:8; I Timóteo 1:13,15.

5. Mediante Cristo, no pacto da graça, Deus fez provisão completa para que os crentes sejam preservados na salvação. Assim como não existe pecado tão pequeno que não mereça a condenação eterna, não existe pecado tão grande que possa trazer condenação sobre os que se arrependem. Isso torna necessária a pregação constante de arrependimento.
Romanos 6:23.
Isaías 1:16-18; Isaías 55:7.