quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

CONFISSÃO DE FÉ BATISTA DE 1689 (parte 09)

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CAPÍTULO 16
BOAS OBRAS


1. Boas obras são somente aquelas que Deus ordenou em sua santa Palavra, e não as que os homens inventam, sem o respaldo da Palavra de Deus, movidos por um zelo cego ou por algum pretexto de boas intenções.
Miquéias 6:8; Hebreus 13:21.
Mateus 15:9; Isaías 29:13.

2. As boas obras, feitas em obediência aos mandamentos de Deus, são os frutos e a evidência de uma fé verdadeira e viva. Por meio delas os crentes demonstram a sua gratidão, fortalecem sua certeza de salvação, edificam seus irmãos, adornam sua profissão do evangelho, fazem calar os seus adversários e glorificam a Deus – pois somos feitura dEle, criados em Cristo Jesus para as boas obras, para que tenhamos o nosso fruto para santificação, e por fim a vida eterna.
Tiago 2:18-22.
Salmo 116:12-13.
I João 2:3,5; II Pedro 1:5-11.
Mateus 5:16.
I Timóteo 6:1; I Pedro 2:15; Filipenses 1:11.
Efésios 2:10.
Romanos 6:22.

3. A aptidão para as boas obras não advém dos próprios crentes, de modo algum; essa aptidão provém do Espírito de Cristo. E, para que os crentes possam desempenhar as boas obras, é necessária uma influência contínua do mesmo Espírito Santo – além das graças já recebidas – para neles realizar tanto o querer como o efetuar, segundo a boa vontade de Deus. Isso, porém, não significa que devam tornar-se negligentes, como se não tivessem a obrigação de cumprir um dever senão quando especialmente movidos pelo Espírito Santo. Pelo contrário, os cristãos devem ser diligentes e desenvolver a graça de Deus que neles há.
João 15:4-5.
II Coríntios 3:5; Filipenses 2:13.
Filipenses 2:12; Hebreus 6:11-12; Isaías 64:7.

4. Mesmo os que conseguem prestar a maior obediência possível nesta vida estão longe de exceder e fazer mais do que o requerido por Deus; e estão muito aquém do dever que lhes cabe cumprir.
Jó 9:2-3; Gálatas 5:17; Lucas 17:10.

5. Por nossas melhores obras não podemos merecer junto a Deus o perdão do pecado ou a vida eterna, visto ser grande a desproporção entre nossas obras e a glória por vir, e infinita a distância entre nós e Deus. Com nossas obras não podemos fazer benefícios a Deus, e nem satisfazê-Lo pela dívida de nossos pecados anteriores. Mesmo se fizermos tudo o que nos seja possível, teremos apenas cumprido com o nosso dever, e ainda seremos servos inúteis.
Se nossas obras são boas é porque procedem do Espírito. Contudo, à medida que são desempenhadas por nós, essas obras vão sendo contaminadas, e mescladas a tanta fraqueza e imperfeição, que não podem suportar a severidade do julgamento divino.
Romanos 3:20; Efésios 2:8-9; Romanos 4:6.
Gálatas 5:22-23.
Isaías 64:6; Salmo 143:2.

6. Todavia, desde que os crentes, como pessoas, são aceitos por meio de Cristo, as suas obras também são aceitas em Cristo, mas isto não significa que nesta vida tais obras sejam totalmente inculpáveis e irrepreensíveis aos olhos de Deus. Antes, significa que, vendo-as em seu Filho, Deus se agrada em aceitar e recompensar aquilo que é sincero, apesar de realizado com muitas fraquezas e imperfeições.
Efésios 1:6; I Pedro 2:5.
Mateus 25:21,23; Hebreus 6:10.

7. As boas obras feitas por pessoas não regeneradas – embora por si mesmas possam ser coisas que Deus ordena, e proveitosas, tanto para a pessoa que as faz quanto para outrem – não procedem de um coração purificado pela fé; e, de acordo com a Palavra, não são feitas de maneira correta, nem com a finalidade correta, a glória de Deus.
Portanto, essas obras são pecaminosas e não podem agradar a Deus, nem tornar uma pessoa apta para receber a graça de Deus. Contudo, a omissão de tais obras é ainda mais pecaminosa e ofensiva a Deus do que a sua prática.
II Reis 10:30; I Reis 21:27,29.
Gênesis 4:5; Hebreus 11:4,6.
I Coríntios 13:1.
Mateus 6:2,5.
Amós 5:21-22; Romanos 9:16; Tito 3:5.
Jó 21:14-15; Mateus 25:41-43.