sábado, 23 de abril de 2011

Redenção Particular (Charles Haddon Spurgeon) - Parte 06 de 06

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V. Me apressei um pouco para entrar neste último ponto, que é o mais doce de todos. Jesus Cristo, somos informados no nosso texto, veio ao mundo “para dar a sua vida em resgate demuitos ”. A grandeza da redenção de Cristo pode ser medida pela EXTENSÃO DO DESÍGNIO DELA . Ele deu Sua vida “em resgate de muitos”. Eu devo tratar agora de alguns pontos controvertidos novamente. Freqüentemente se nos diz (me refiro àqueles que comumente são apelidados pelo nome de Calvinistas – e por certo não nos envergonhamos disso; cremos que Calvino, depois de tudo, conhecia mais o Evangelho do que quase todos os homens que já viveram, com exceção dos escritores inspirados da Bíblia), freqüentemente se nos diz que limitamos a expiação de Cristo, porque dizemos que Cristo não fez uma satisfação por todos os homens, ou de outro modo, todos os homens seriam salvos. Agora, nossa réplica a isto é que, por outro lado, nossos oponentes a limitam: nós não. Os Arminianos dizem: Cristo morreu por todos os homens. Peça a eles que expliquem isso. Cristo morreu para assegurar a salvação de todos os homens? Eles dizem: “Não, certamente não”. Fazemos-lhes a próxima pergunta: Cristo morreu para assegurar a salvação de algum homem em particular? Eles respondem: “Não”. Eles são obrigados a admitir isto, se quiserem ser consistentes. Eles dizem: “Não; Cristo morreu para que qualquer homem possa ser salvo se...” – e então adicionam certas condições para a salvação. Nós dizemos, então, voltando à primeira afirmação: Cristo não morreu para assegurar a salvação de ninguém, certo? Vocês devem dizer que “Não”; vocês são obrigados a dizer isso, porque crêem que um homem que foi perdoado pode, todavia, cair da graça e perecer. Agora, quem é que limita a morte de Cristo? Vocês. Vocês dizem que Cristo não morreu para assegurar infalivelmente a salvação de ninguém. Nós apresentamos nossas escusas, quando vocês dizem que limitamos a morte de Cristo; dizemos: “Não, meu querido senhor, sois vós os que o fazeis”. Nós dizemos que Cristo morreu para que Ele infalivelmente assegurasse a salvação de uma multidão que ninguém pode contar, que por Sua morte não somente poderão ser salvos, mas que o serão, devem ser salvos, e não podem de maneira alguma correr o risco de ser outra coisa, senão salvos. Que vocês aproveitem a vossa expiação; podeis guardá-la. Nunca renunciaremos a nossa por causa dela.
Agora, amados, quando ouvis a alguém rindo ou zombando de uma expiação limitada, podeis dizer-lhe isto. Uma expiação universal é como uma ponte de grande largura com somente metade de um arco; ela não cruza o rio: chega somente à metade do caminho; ela não pode assegurar a salvação de ninguém. Ora, eu prefiro colocar meus pés sobre uma ponte tão estreita como a de Hungerford, que chega até o fim, do que sobre uma ponte que é tão larga quanto o mundo, se ela não chegar até o fim, do outro lado do rio. Há aqueles que dizem que o meu dever é dizer que todos os homens foram redimidos, e que as Escritura garantem isso: “O qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo”. Porém, parece haver deveras argumentos muito, muito grandes do outro lado da questão. Por exemplo, olhe aqui. “Eis que o mundo todo vai após ele” Todo o mundo vai após Cristo? “E toda a província da Judéia e os de Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados”. Foi toda a Judéia, ou toda Jerusalém, batizada no Jordão? “Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno”. “Todo o mundo” aqui significa todas as pessoas? Se assim for, quem seriam os “de Deus”? As palavras “mundo” e “todos” têm sete ou oito significados na Escritura; e raramente “todos” significa todas as pessoas, tomadas individualmente. As palavras são usadas geralmente para significar que Cristo redimiu alguns de todos os tipos – alguns judeus, alguns gentios, alguns ricos, alguns pobres; e que Ele não restringiu Sua redenção a judeus ou gentios.
Deixando a controvérsia, contudo, responderei uma questão. Diga-me, então, senhor, por quem Cristo morreu? Responda-me uma ou duas questões, e te direi se Ele morreu ou não por você . Você quer um Salvador? Sentes necessidade de um Salvador? Tens consciência do seu pecado, nesta manhã? O Espírito Santo te ensinou que és um perdido? Então, Cristo morreu por ti e serás salvo. Sentis nesta manhã de que não tens esperança neste mundo, senão Cristo? Compreendes que não podes oferecer por ti mesmo nenhuma expiação que satisfaça a justiça de Deus? Abandonastes toda confiança em ti mesmo? E podes dizer sob os seus joelhos dobrados: “Senhor, salva-me, ou pereço?” Cristo morreu por ti. Porém se dizes nesta manhã: “Sou tão bom como deve ser; posso ir ao céu por minhas próprias boas obras”, então, lembre-se, a Escritura diz de Jesus: “Eu não vim chamar os justos, senão os pecadores ao arrependimento”. Enquanto permaneceres neste estado, não há expiação para pregar para você. Mas se nesta manhã te sentes culpado, miserável, ciente de sua culpa, e estás pronto a tomar Cristo para ser teu único Salvador, não somente te direi que podes ser salvo, mas, o que é melhor, que serás salvo. Quando estás despido de tudo e não tenhas nada, exceto esperança em Cristo, quando estás preparado para vir com as mãos vazias para tomar Cristo para ser seu tudo, e tu nada, então poderás olhar para Cristo e dizer: “Tu amado, Tu imolado Cordeiro de Deus! Tuas aflições foram suportadas por mim; por Tuas feridas foi curado, e por Teus sofrimentos fui perdoado”. E então vejas que paz de mente terás; porque se Cristo morreu por ti, não podes se perder. Deus não pune duas vezes a mesma coisa. Se Cristo foi punido pelo seu pecado, Ele jamais te punirá.
"Pagamento, a justiça de Deus não pode demandar, primeiro, da mão sangrenta do Fiador, e então novamente da minha”. Nós podemos hoje, se crermos em Cristo, chegar ao próprio trono de Deus, permanecer ali, e se nos disser: “Tu és culpado?”, poderemos dizer: “Sim. Culpado”. Mas se a questão é coloca assim: “O que você tem para dizer? Porque motivo não deverias ser castigado pela sua culpa?” Podemos responder: “Grande Deus, tanto a Tua justiça como o Teu amor são garantias de que Tu não nos punirá por nossos pecados; porque, não punistes Tu a Cristo pelo pecado, por nós? Como poderias Tu, então, ser justo – como poderias Tu ser Deus, se Tu punes a Cristo o substituto, e então o próprio homem mais tarde?” A única pergunta com a qual devemos nos preocupar é: “Cristo morreu por mim?” E a única resposta que podemos dar é: “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores”. Você pode escrever o seu nome nesta frase, entre os pecadores – não entre os pecadores lisonjeiros, mas ente os pecadores que se sentem como tais, entre os que choram sua culpa, entre os que a lamentam, entre os que buscam misericórdia por causa dela? És um pecador? Se assim se sente, se assim reconhece, se assim professa, estás convidado agora a crer que Jesus Cristo morreu por ti, porque tu és um pecador; e estás convidado a cair sobre esta grande e inamovível rocha, e achar segurança eterna no Senhor Jesus Cristo. Amém.